Itinerários e itinerâncias
Itinerários e itinerâncias
Curadoria: Cauê Alves e Cristina Tejo
Grande Sala e Sala Paulo Figueiredo
Mais que uma exposição, o 32o Panorama é uma plataforma de discussão e decantação de processos artísticos. Trata-se de uma reflexão sobre o estado da arte contemporânea que pressupõe, especialmente na última década, um tempo cada vez mais acelerado. A consolidação de programas institucionais, desde a elaboração das leis de incentivo à cultura, a multiplicação de editais, projetos de residências nacionais e internacionais, além de um superaquecimento do mercado, interferiram e conviveram com transformações no fazer artístico.
Itinerários, itinerâncias aborda duas temporalidades: a resposta rápida, imediata a um percurso, e a decantação de processos a longo prazo, como residências, convivência em grupos, formação de redes. A exposição é uma das instâncias em que essa pausa se dá. Entre as propostas do Panorama 2011 está o convite para alguns artistas trabalharem em conjunto com o Educativo do MAM, visando discutir o papel do trabalho pedagógico em museus. Os educadores não são apenas prestadores de serviço e fornecedores de conteúdo para o público, mas agentes fundamentais na reflexão sobre os trânsitos entre os vários papéis que as pessoas assumem – artista, curador, visitante, educador – e do modo como a arte, ela mesma, possui um papel formador. Os artistas entram no papel de educadores e o Educativo no espaço da exposição.
Algumas questões centrais orientaram a pesquisa: Quando a itinerância entre os papéis de educador e de artista decanta experiências relevantes? Quando a itinerância decanta resíduos, restos, sobras e percursos? Quando a itinerância decanta tramas, redes, circuitos e colaborações? Quando a itinerância decanta trabalhos de arte e fatos estéticos? Em que medida a facilitação do deslocamento indiretamente proporciona uma homogeneização da produção contemporânea? Em que sentido o fluxo contínuo dilui algumas especificidades e identidades locais na arte contemporânea? A especificidade das artes visuais se desfaz na medida em que o artista contemporâneo viaja constantemente, trabalha com toda e qualquer matéria, tema ou ideia, assim como dialoga com o cinema, o som ou a literatura?
Em vista dessas questões, a curadoria investigou as noções de permanência e movimento na arte, bem como intensidades de tempo nas ações artísticas e posturas diante da urgência de se estar sempre em deslocamento. Mapear algumas noções de circulação e deslocamento na prática artística, do corpo dos artistas e do pensamento nos permite uma visão ampla da multiplicidade da arte no Brasil.
Location
MAM Sao Paulo
Sao Paulo, BR
Cauê Alves and Cristina Tejo
Alberto Bitar, Amanda Melo, André Severo, Ateliê Aberto, Breno Silva, Bruno Faria, Cao Guimarães, Chiara Banfi, Cildo Meireles, Detanico e Lain, Ducha, Gaio Matos, Hector Zamora, Jailton Moreira, Jarbas Lopes, Jonathas de Andrade, Kassin, Letícia Cardoso, Louise Ganz, Lourival Cuquinha, Lucia Laguna, Marcelo Coutinho, Marco Paulo Rolla, Maria Helena Bernardes, Nicolás Robbio, Oriana Duarte, Pablo Lobato, Paula Sampaio, Pedro Motta, Raphaël Grisey, Raquel Garbelotti, Ricardo Basbaum, Rodrigo Bivar, Rodrigo Matheus, Romano, Sara Ramo, Virgínia de Medeiros, Wagner Malta Tavares, Jorge Menna Barreto